No regime de escravidão omissa em que vive a maioria dos brasileiros, todo o stress e ausência de sentido (afinal, qual é o sentido da existência, se na prática você é um escravo?) é somatizada em algum lugar da nossa massa cinzenta e, invariavelmente, canalizada e jorrada em forma de ódio sobre quem não deveria.
É um ódio que todos devemos admitir.
Por isso, ao invés de gritar com o motorista da frente, a namorada, a mãe, o dog, o peixe, as pessoas que estão abaixo de você na pirâmide social (...), poderíamos adotar uma nova norma coletiva de canalização do ódio. Por exemplo, a terapia coletiva do grito em público - em lugares determinados - uma resposta absurda ao nível do absurdo que nos é diariamente imposto.
Alguém grita de ódio num lugar público, lançando a semente da revolta. Qualquer um, quando se sentir angustiado naquele lugar predeterminado, poderá gritar um palavrão em público. (Somente palavrões e vogais são permitidos, e somente durante o dia). Quem se incomodar com o barulho poderá, também, se juntar ao côro e lançar sua fúria terapeuticamente aos ares.
Então, contando com o humor, a solidariedade e a grande capacidade de aglutinação induzida inerente aos brasileiros, finalmente teremos gente gritando nas ruas de novo!
Lugares pensados na pressa para 2017
- Avenida Paulista
- Faria Lima
- frente da prefs de SP
- Frente do mausoléu do Temir
- Brasília s2
Apropriem-se como quiser e fiquem livres para acrescentar.
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